Após a liberação do futebol em Porto Alegre, as entidades empresariais pressionam o prefeito Nelson Marchezan e inclusive um documento foi enviado para o chefe do paço municipal. O setor ficou extremamente decepcionado com a decisão da prefeitura de flexibilizar o jogo e o mesmo comportamento não aconteceu para outros setores, como a construção civil, por exemplo.
De acordo com a colunista do jornal Zero Hora, Giane Guerra, os empresários se reuniram madrugada adentro nesse domingo (2) para elaborar a carta enviada a Marchezan. Após a live onde anunciou a liberação do futebol, o prefeito comunicou que começaria nos próximos dias um plano para flexibilizar outros setores.
O documento entregue a Marchezan é assinado por 23 entidades empresariais e é muito mais incisivo de um outro enviado ao chefe do executivo municipal anteriormente. Agora, a carta sugere até dias e horários que as atividades poderiam funcionar.
Veja abaixo a carta assinada pelas entidades, publicada primeiramente na coluna de Giane Guerra:
“Aos cidadãos de Porto Alegre-Parte 2
Vivemos há mais de 4 meses com atividades restritivas aos hábitos e costumes da sociedade porto alegrense, entre os quais, o livre arbítrio de trabalhar, comprar e vender. Neste período o poder público teve tempo e a verba necessária para dotar nossa cidade de estrutura física e de pessoal para o atendimento médico da população atingida pela pandemia.
Temos agora que buscar medidas também para a preservação de nossa economia, quer pessoal, familiar ou empresarial, sem as quais não teremos condições de manter a luta contra este vírus e em defesa da vida.
Considerando a necessidade de manter os cuidados para diminuir a aglomeração das pessoas no transporte público e procurando minimizar as possiblidades de contágios, apresentamos as seguintes medidas, numa primeira fase, que urgem serem tomadas, sempre mantendo o diálogo com as partes envolvidas para novos ajustes:
1- A abertura do comércio, independentemente do seu porte, nos seguintes horários: comércio tradicional (de rua) das 9 h às 17h e dos shopping centers das 12 h às 20 h;
2- Abertura de bares e restaurantes nos horários de 11h às 22 h.
3- Atendimento dos prestadores de serviços em período único das 10h às 16
h, excetuando as instituições de ensino que atenderão os termos acordados com o Governo do Estado
4- Liberação das atividades na Construção Civil, igualando as obras públicas e privadas, no horário das 7h às 17h
5- A ampliação dos horários de atendimento das atividades essenciais e a flexibilização dos estacionamentos para minimizar eventuais concentrações e aglomerações.
Os protocolos de saúde, que protegem os trabalhadores e clientes do covid-19, serão rigorosamente seguidos, cobrados e difundidos por nossas entidades, buscando uma conscientização cada vez maior de nossa população.
Frente ao acima exposto é imperioso que o poder público decrete a retomada inadiável e imediata das atividades econômicas. Estamos abertos a um processo construtivo, sob pena de ruptura dos canais de interlocução e do colapso do sistema econômico e; por conseguinte, da saúde de toda a população.
Porto Alegre, 1° de agosto de 2020″